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Espaço generalista de informação e de reflexão livres. Na verdade, o politicamente incorreto afigura-se, muitas vezes, como a mais eficaz solução para se ser humana e eticamente LEAL! Desde 18.ago.2008. Ano XI.
In Revista DOMINGO, Jornal Correio da Manhã, edição n.º 10 796 (pág. 8).
(Hino interpretado pelo coro da EB 2/3 do Pinheiro da Bemposta)
Ontem, pelas 19 horas, decorreu, no Pavilhão da Escola EB 2/3 Dr. José Pereira Tavares, a cerimónia de entrega dos Prémios dos Quadros de Valor e de Excelência bem como as Menções Honrosas a alunos do Agrupamento Vertical de Escolas das freguesias do Pinheiro da Bemposta, Palmaz e Travanca.
Tratou-se de um evento concorrido, recheado de boas atracções onde - como há muito não se via - os artistas foram mesmo os alunos. Do ensino Pré-Escolar até 3.º Ciclo, assistiu-se a um cartaz singularmente inclusivo.
A abrir a cerimónia, Mário Rui, o Presidente do actual órgão de gestão, faria uma breve mas esclarecida intervenção. Na oportunidade, enfatizou "os contributos de professores e das famílias no reconhecimento aqui hoje celebrado", fazendo notar que "não há alegria maior para um docente, ou até mesmo para um funcionário, do que ver um aluno bem entregue à vida, detentor dos predicados necessários e suficientes a um desenvolvimento integral e harmonioso".
Num evento bem conduzido por uma apresentadora assinalavelmente inspirada, destaque para a atmosfera de fácil e saudável cumplicidade, própria de quem, aos poucos, vem recuperando de um coma profundo. Foi um momento que serviu para assinalar o fim de muitos exílios e de certas ilhas entregues à mediocridade, que em tempos poderão ter espoliado a massa crítica do Agrupamento.
Numa noite de irrefragável harmonia, esta cerimónia teve o condão de, atavés de sucessivos sopros de Liberdade, professar, de modo firme, a esperança num futuro feito de sucesso. Um sucesso assente na tolerância, no respeito pela diversidade e na confiança centrada no melhor que todos têm para dar.
Por fim, destaque para as canções interpretadas pelo grupo ensaiado e graciosamente dirigido pela professora Madalena - verdadeiro portento de uma energia extraordinariamente contagiante. Completivamente, não esquecer o notável trabalho desenvolvido pela docente Adélia, que levou ao palco danças latinas e de salão. Admirável.
Numa entrevista política e intelectualmente estimulante, Manuel Alegre assumiu ontem estar somente hipotecado às suas ideias e convicções "de esquerda".
Usando de coerência, reconheceu que «o partido pode deixar de ter a sua razão de ser quando se afasta da sua base social. Não é a primeira vez que isso acontece» , alertando para o óbvio: «Há uma coisa dramática. É que há muita gente que não tem, não sabe, em quem votar»
Teve um desempenho assaz esclarecido, revelando estar longe do autismo do seu partido a propósito do qual lamentou "a existência de alguns que pensam fazer do PS um força política sem ideias". Para ele, nesta organização camuflada de Partido Socialista, o problema é a «falta de debate ideológico» e a «crise de identidade» do partido. «Há muita gente que entrou para o PS que não sabe o que é ser socialista», acusou. A esses militantes «falta formação e cultura para ser de esquerda».
Ontem, houve um grande momento de lucidez e responsabilidade políticas. Manuel Alegre professou, de forma séria, a sua matriz ideológica. Em face de um PS actualmente descaracterizado e desmobilizado por um poder que parece secar as suas raizes, onde os funcionários públicos se tornaram símbolos de uma resistência heróica, só resta ao eleitorado persistir até convencer o "deputado poeta" a protagonizar a tal vaga de mudança que recupere o essencial de uma pátria inusitadamente estrangulada.
JMA